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Meditação bíblica, domingo, 21 de agosto 2016

Nesse domingo, no Brasil, a Igreja Católica celebra a festa da assunção da Santa Vírgem Maria. Esse último dogma proclamado pelos papas (1950) criou mais problemas ecumênicos já que é mais um ensinamento do magistério eclesiástico que não tem fundamento bíblico e, atualmente, põe problemas até do tipo de como expressar a fé de modo acessível à humanidade de hoje. 

Vamos tentar falar disso de forma aberta aos outros cristãos.

O que essa festa diz de Maria é o que cremos ser o destino de todos os filhos e filhas de Deus. Rezamos no Credo: Creio na ressurreição da carne. Isso significa que o mistério da assunção, isso é, do ser assumido por Deus é vocação de todos nós. Maria nos precede. Vai na frente, mas assim ela se torna figura de toda a Igreja. O que significa isso? Na leitura do Apocalipse (Ap 12), o profeta vê uma Mulher vestida do sol e com a lua debaixo dos pés, mas está grávida e sofrendo dores de parto... Essa mulher, figura de toda a humanidade resgatada por Deus, ao mesmo tempo aparece nas nuvens, isso é vitoriosa como sendo assumida por Deus - apareceu no céu - isso é em Deus. E do outro ainda sofre dores de parto... Como ver no nosso povo hoje, na realidade social e política que vivemos no Brasil de hoje, essas dores de parto da história? São dores de parto porque geram uma vida nova. Como viver o que estamos sofrendo e ser capaz de contemplar a vitória e receber de Deus a força para isso? 

O evangelho escolhido para essa festa (Lc 1, 39 em diante) nos dá uma ideia. A visita de Maria à sua prima Isabel revela o encontro de duas impotências. Nenhuma das duas poderia gerar uma vida nova. Para Maria era muito cedo. Para Isabel, muito tarde. No entanto, elas se reconhecem grávidas e não somente isso, no meio do peso da gravidez não esperada e provavelmente não fácil naquelas circunstâncias, as crianças exultam de alegria e fazem as mães exultarem... Celebrar a assunção a partir da vida nossa de fé significa sermos capazes de teimar em nos manter na alegria mesmo no meio das dores atuais da sociedade e nossas dores pessoais que se tornam na fé dores de parto que geram uma vida nova... 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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