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Conversa, terça feira, 14 de abril de 2015

Acabo de voltar com Penha, minha irmã, de uma liturgia contemplativa. Fomos ver o filme "O Sal da Terra", dirigido pelo diretor alemão Wim Wenders (dos clássicos: Aguirre, a cólera dos deuses, Fritzcarraldo e muitos outros), com a co-direção do filho de Sebastião Salgado, sobre a vida e a obra do seu pai. Um filme genial porque o documentário nos faz sentir-se como o diretor descobrindo (ele e nós) a riqueza da pessoa, a beleza do mundo de fotos e a aventura de uma vida humana dedicada a contemplar e a amar as pessoas humanas e, no final, toda a natureza.

O filme tem uma parte muito dura ou dolorosa quando mostra as fotografias que Salgado tirou da Etiópia no momento mais grave da fome, na guerra de Ruanda e no Sudão. Também na Croácia no momento do conflito com a Sérvia. Meu Deus, que tragédia a humanidade é capaz de produzir e praticar com seus semelhantes. Mas, o filme é de tal forma perpassado por um olhar de humanidade generosa que mesmo essas barbáries parecem vencidas ou ao menos possíveis de se vencer.

As fotografias geniais em preto e branco de tantos álbuns ou coleções de Sebastião Salgado nos fazem sair do cinema com as fotos impressas dentro de nós, não apenas na mente, mas no mais profundo do coração. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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