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Conversa, sábado, 09 de maio 2015

Verona, cidade de Romeu e Julieta, vive hoje um de seus primeiros dias de primavera solar. Até há poucos dias, embora as plantas se tornassem verdes e as flores aparecessem nas praças, o tempo obrigava todos a vestirem roupas ainda invernais. Agora, as pessoas saem à rua de camisa curta e vestidos finos. Isso parece tornar as pessoas mais comunicativas e alegres. É pena que a cultura européia da superioridade da raça branca e do dinheiro ainda prevaleçam. Soube que ontem, rapazes negros foram impedidos de tomar um trem ali na estação de Verona, mesmo tendo passagens compradas nas mãos, pelo simples fato de serem negros, isso é, migrantes... e provavelmente clandestinos.

Esse fechamento do coração comunitário é uma doença mortal e contagiosa. Parece mais escandalosa ainda em uma cidade como essa com uma vocação de acolhimento que é tão evidente. Ninguém constrói beleza se não é para ser vista e admirada. A beleza da arte é um convite ao encontro de amizade e ao amor. Que pena que aqui e em tantos lugares do mundo, a beleza parece fechada nos museus mumificados da auto-suficiência e do racismo humano. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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