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Conversa, quinta feira, 03 de abril 2014

Um encontro com cristãos que hoje não se sentem alimentados na fé pela Igreja que frequentam. Todos confirmam que viver a fé é para eles e elas uma opção fundamental e da qual não podem abrir mão. No entanto, na prática das paróquias, não conseguem mais se alimentar espiritualmente. Depois de uma longa conversa, me parece que a conclusão foi de manter-se ligados à grande Igreja, mas buscar essa alimentação espiritual cotidiana em relações mais horizontais em pequenos grupos como comunidades humanas de base. E se constituir como uma espécie de rede que articule as diversas experiências e grupos, uns mais religiosos, outros menos, mas todos ligados à fé. 

Saio de um encontro assim tentando me colocar no lugar dos outros. Aí me vejo como seria se eu fosse um leigo ou uma leiga hoje buscando uma comunidade eclesial da qual participar, uma missa que eu pudesse frequentar sem me sentir mal, uma homilia que eu pudesse escutar e me sentir recebendo a palavra de Deus, não por questão de competência intelectual que não entra nesse caso e sim por passar a experiência da fé viva e da profecia que os pobres e iletrados às vezes passam melhor do que os doutores. 

Rezei pelos meus irmãos padres e pastores. Que Deus nos ajude a vivermos aquilo que Jesus disse a Pedro: "Simão, eu orei por ti, para que tu sejas confirmado e uma vez confirmado possas confirmar os teus irmãos na fé" (Lc 22).

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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