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​Conversa, quarta feira, 28 de agosto 2013

Em meio ao retiro que estou pregando para o clero de Limeira, SP, (um clero numeroso e constituído por muitos padres jovens), minha preocupação vai para a Síria. Nas notícias veiculadas pela grande imprensa, toda tributária das agências de noticias norte-americanas, sinto fechar-se a armação para uma intervenção da OTAM ou mesmo das tropas norte-americanas e francesas que tornarão a Síria mais um inferno como hoje é a Líbia, o Egito e outros países do Oriente Médio, sob a desculpa de intervenção humanitária e luta contra a ditadura. É o único país da região que continua livre e isso o Ocidente não pode permitir. No dia 21 de agosto, mercenários vindos do Egito invadiram o país. Ao mesmo tempo, a ONU enviou uma delegação para investigar a existência de armas químicas. Coincidência mal feita: nos mesmos dias na região de Goutha, denunciaram a morte de pessoas (umas notícias falavam em 150 mortos, outros em mais de mil), mortes provocadas por armas químicas que teriam sido usadas pelo governo contra os rebeldes. Acontece que nenhuma agência internacional séria confirmou as notícias e não saiu nenhuma fotografia. Segundo reportagens mais sérias, sinais de morte por armas químicas seriam diferentes, mas a OTAM já está ameaçando invadir. E o impressionante é como o mundo assiste a isso apático e sem reação. Um país que já perdeu mais de 44 mil pessoas em uma guerra civil provocada pelo governo norte-americano e seus aliados. A própria imprensa internacional concorda que o presidente Bashar al Assad conta com 70% de apoio da população. É um índice muito alto, principalmente depois de tudo isso. E o fim de tudo isso, a gente já viu em filmes anteriores. Egito, Líbia, Iraque.... Como a humanidade pode ainda permitir que o mesmo crime se cometa e tranquilamente? Como os salmos de protesto na Bíblia, a gente só pode perguntar-se: "Até quando?"  

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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