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Momento ecumênico, sexta feira, 11 de maio 2012

Mística

Hoje, releio um número da revista do IHU (Instituto Humanitas) de São Leopoldo, RS, todo dedicado à mística cristã e especificamente à mística feminina. O número é recheado de belas e profundas experiências de pesquisadores e pessoas que estudam esse fenômeno. Muito belo, profundo e instigante. Dessas coisas que ao ler, você tem a impressão de estar olhando um espelho, mas não tanto do que você é atualmente e sim daquilo que é sua vocação mais profunda (de todos nós) e você quer intensamente viver. É impressionante como todos os místicos e místicas tiveram dificuldades com a instituição eclesiástica e, apesar da singularidade de cada um/uma, todos/as têm em comum a busca do amor e nesse ponto vão além de suas tradições. É na mística que as religiões, mesmo as mais diversas, se encontram e se parecem profundamente. E o mais importante que concluí é que infelizmente no Ocidente a mística recebeu uma concepção de experiência interior extraordinária, de tal forma que místico/a é uma pessoa excepcional. O maravilhoso é descobrir hoje que não é assim: a mística está ao alcance de todos nós e qualquer pessoa, por mais simples que seja pode viver o mais profundo da experiência mística. Uma mística muçulmana escreveu: "Amo-te com dois amores: um amor apaixonado  e um amor digno de ti. O amor apaixonado é não pensar em nada separado de ti e ver tudo em ti. Mas o amor de que só tu és digno é que te desvendes a mim e que eu te veja. Nenhum louvor para mim, tanto em um como em outro. A ti se deve tanto um como o outro" (Rabi´a). 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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