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Conversa, terça feira, 22 de setembro 2015

Hoje devo falar para um auditório em Bolzano, na fronteira entre a Itália e a Alemanha. Falar cada dia em um lugar diferente e ter que improvisar em uma língua que não é a nossa, cansa muito. Estou doido para que chegue logo o final de semana e eu possa voltar ao Recife. Mesmo sabendo que chegarei lá e cairei em um mundo de trabalhos e que de forma alguma descansarei, de todo modo, será menos cansativo. Gosto de encontrar pessoas e gosto de poder ajudar os grupos. Só faria isso em um ritmo mais calmo e sem precisar de percorrer, a cada dia, durante três ou quatro horas, essas auto-estradas italianas...

Em alguns lugares, me hospedo em casas paroquiais. Em geral, são grandes, feias e vazias. Quase todas são a expressão de que ali mora um homem solitário e sem família que faz da própria casa um lugar de trabalho. Mesmo se mora ali por muitos anos,  parece mais acampar do que verdadeiramente morar. E, entretanto, no Cristianismo primitivo, a casa era sempre a imagem da Igreja doméstica (a Igreja que se reúne na casa de tal pessoa, dizem as cartas de Paulo). Não sei como ajudar os irmãos padres a humanizar mais a sua vida e o seu modo de ver a Igreja. 

           

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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