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Conversa, sexta feira, 26 de fevereiro 2016

Para nós no Brasil, campo significa normalmente ou área rural ou campo de futebol. Aqui na Europa, atualmente, campo significa "campo de refugiados"ou de migrantes. Terrenos abandonados nos quais se armam as tendas de lonas ou plástico e se juntam milhares de pessoas de diversos países, línguas e culturas diferentes, jogados ali como em uma terra de ninguém, em situação de insegurança alimentar, pouca higiene e no frio do inverno. O campo de Calais, no litoral norte da França fica em um terreno pantanoso diante do Canal que divide a França e a Inglaterra. E como nenhum dos dois países quer migrantes e refugiados, ambos viviam os negros e asiáticos ali presos como em um campo de concentração. O padre que veio de lá agora me conta que o campo atualmente conta com mais de duas mil pessoas, entre famílias e jovens tentando entrar na Europa fugidos de guerra, da fome e das tragédias ecológicas nas quais perderam tudo.

Na Hungria, outro grande campo de migrantes. Na fronteira entre Alemanha e Áustria. E outro maior ainda na Grécia. Isso na Europa. Se formos para Israel, vamos ter de passar pelo imenso muro que separa Israel dos territórios palestinos ainda respeitados (a maioria já foi invadida e anexada a Israel) e os campos de refugiados palestinos ainda são piores...

É triste ver como esse mundo que se diz civilizado e mais desenvolvido do que a África e a América Latina volta sem guerra aos campos de concentração nazista do tempo de Hitler. O que dirão nossos netos quando lerem isso na História? Ou será que não lerão porque esses países fazem isso, ao mesmo tempo que apagam esses crimes da história oficial?

Quem sabe que nesses dias, um rapaz italiano de 28 anos, Giulio Remeni, estudante universitário foi fazer uma pesquisa para a sua tese na Universidade de Bologna e começou a pesquisar o tráfico de armas entre a Europa e o Egito. Desapareceu há duas semanas e agora o corpo apareceu jogado em uma vala, violentamente torturado (28 ossos do corpo quebrados). E a polícia italiana culpa a Polícia secreta do Egito... Será que mais esse crime ficará por isso mesmo???

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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