Blog Aqui vamos conversar, refletir e de certa forma conviver.

Conversa, sexta feira, 08 de janeiro 2016

Nesse início do ano, as notícias da América Latina são preocupantes. O império norte-americano que já tinha conseguido financiar e sustentar um golpe de Estado que tirou o presidente eleito de países como Honduras e Paraguai, já havia conseguido manter seus subordinados em Colômbia e Panamá, que diluiu as possibilidades de um governo mais popular no Peru, conseguiu no final de 2015 que a direita vencesse as eleições presidenciais na Argentina e as eleições legislativas na Venezuela. Como ao contrário do que diz a mídia golpista, a Venezuela é um país no qual a democracia é muito aprimorada, a assembleia legislativa tem muito poder e pode até (sem nenhum golpe) propor um referendo no meio do mandato do presidente da República e nesse referendo, o presidente pode cair...

Tudo isso é preocupante por muitas razões. A primeira é perceber que a população pobre acaba enganada e votando contra ela mesma. Depois se arrepende, mas aí já não tem o que fazer: já votou... Em segundo lugar, a direita que toma o poder não quer só aquilo: e imediatamente coloca em prática o seu programa: devolver ao império nossos países que Hugo Chávez e outros patriotas haviam conseguido libertar... 

Em Caracas, a nova assembleia eleita resolveu remover do plenário da assembleia as fotografias de Simon Bolívar, patrono da pátria, de Hugo Chávez, comandante que libertou o país da pobreza extrema e da dependência e mesmo de Nicholas Maduro, o presidente da República atual. A conseqüência disso foi uma nota duríssima do Comandante do Exército. Nessa nota, o General diz que os militares não aceitarão que se atente contra a pátria e exige respeito aos símbolos pátrios. O ambiente é tenso e esperamos que não gere uma guerra civil que poderia ser calamitosa para a Venezuela e para todo o continente.

Em tudo isso, o nosso Brasil começa o ano envolvido com suas próprias mazelas. O PT e a esquerda em geral paga caro o preço do erro de ter libertado milhões de brasileiros da pobreza, mas apenas para torná-los consumidores e sem minimamente propor uma educação social e política integradora. Vejo isso em uma ou outra pessoa próxima à minha família: gente boa, honesta e bem intencionada, mas mergulhada em uma alienação de doer a alma. E o que fazer?  

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

Informações