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Conversa, sexta feira, 03 de fevereiro 2012

A gramática do diálogo

Ontem, à noite, com uma temperatura de zero grau, tive um encontro com umas 50 pessoas de uma cidadezinha dessa região da Toscana que tem menos de 3000 habitantes e tem mais de cem indústrias, com muitos/as trabalhadores/as estrangeiros, residentes fora e que vêm todo dia e voltam para suas cidades ou acampamentos. Parece que isso ocorre também em Pernambuco com o novo complexo do porto de Suape. São centenas de ônibus que a cada manhã deixam os trabalhadores nas indústrias e à tarde os buscam de volta para casa.

Ontem, promovido pela prefeitura local o encontro tinha um título significativo: "A gramática do diálogo", ou seja, quais as regras para um bom diálogo. Tive de dizer que podemos sim aprender a dialogar e que existem regras. Mas, o mais importante é o amor e o desejo de dialogar, a abertura interior e o se pôr a caminho. Dialogar se aprende dialogando. Falei a partir da minha experiência, seja na questão do diálogo intercultural e interreligioso, seja mesmo nas dificuldades do dia a dia na convivência comunitária (dos 18 aos 61 anos vivi em comunidade de mosteiro) convivendo com pessoas de idades, culturas e até posições políticas e religiosas diversas. Aprendi que em geral quando consigo dialogar comigo mesmo mais profundamente (se trata do diálogo interior), consigo dialogar com os outros. Quando esse diálogo falta ou falha, é mais difícil dialogar com o diferente. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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