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As razões de nossa esperança

Ontem à tardinha (17 horas), cheguei à Mântua, cidade natal de Virgílio, o grande escritor latino da antiguidade. Uma cidade histórica bela e ainda pequena. Em uma paróquia de periferia, se fazia ontem memória de dois missionários daqui que foram trabalhar no Brasil e um foi assassinado no Maranhão (padre Maurício - 1986) e o outro (padre Cláudio) foi morto em um acidente de ônibus. 

Refleti com a  comunidade que o importante não é ficar na nostalgia da lembrança, mas continuar a causa pela qual eles lutaram a vida inteira e que isso se pode fazer mesmo aqui nessa sociedade, sem precisar ir ao Brasil. Sinto hoje na Itália uma grande crise de esperança. As pessoas parecem não ver perspectivas e mesmo os jovens são extremamente pessimistas. Tentei mostrar como a nossa esperança não pode vir apenas de uma análise da realidade que de fato é dura e muitas vezes não aponta mesmo saídas. A esperança vem da opção de teimar em continuar e prosseguir a luta para transformar a nós mesmos e ao mundo. Com 90 anos, Dom Hélder Câmara dizia: não posso contabilizar o que consegui em toda a minha vida, mas estou decidido a dar até o meu último suspiro pela causa em que acredito. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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